Nativos e imigrantes digitais

O Encontro Nacional Mídia e Formação do Leitor teve como um dos temas a relação dos professores e alunos com a internet. O encontro aconteceu na última quinta-feira (15) e foi realizado pelo jornal O DIA em parceria com o Instituo Ary Carvalho.
A internet é um meio que está cada vez mais acessível a todos. Entende-se aí, acessibilidade como algo fácil de ter acesso e não de possuir ou ter para si. Hoje, existem mais pessoas que acessam a internet do que há alguns anos, e isso só tende a aumentar.  Mas, os internautas brasileiros ainda navegam mais nas lan houses do que nas suas residências. O número de brasileiro com acesso à internet em casa não passa de 40%. Enquanto, o número de lan houses no país chega a ser maior que o número de agências bancárias.
A propagação de lugares que possibilitam a todas as pessoas ter acesso à internet fez com que esse meio de comunicação se expandisse e atraísse cada vez mais adeptos a essa fonte de informação, entretenimento, diversão e pesquisa. É claro que as crianças não ficaram de fora, elas dominam a internet, muitas vezes sabem mais do que um adulto. A facilidade que elas têm de aprender, favorece para que consigam facilmente navegar e descobrir um novo mundo que não existia para as antigas gerações.
Os chamados nativos digitais, pessoas que nasceram quando a era digital já existia, não são mais somente receptores, são também emissores. A internet é um meio que permite a todos  participarem ativamente desse meio de comunicação. Essas crianças e jovens são emissores quando postam seus vídeos no you tube, seus textos no blog, comentam no twitter, postam fotos no Orkut, enfim, se tornam um membro essencial de um meio de comunicação.
Os imigrantes digitais, pessoas que não nasceram na era digital, também estão envolvidos e participam desse meio, porém, nem todos. Alguns professores já se adaptaram a essa nova mídia e além de receptores também são emissores dela. Mas, muitos ainda não se acostumaram com a internet e acabam nem sendo receptores e muito menos emissores.
A grande questão é como fazer da escola um lugar onde os professores (imigrantes digitais) e os alunos (nativos digitais) se encontram? É necessário que os professores estejam envolvidos com essa nova mídia, pois os alunos convivem com ela diariamente. Marcos Ozório, professor de Geografia da rede pública e privada do Rio de Janeiro, disse na palestra que o fracasso escolar do professor se dá pela “desindentificação” dos alunos com os professores.
Se a internet é hoje a realidade de muitos alunos, se eles a usam diariamente, há que ter uma ponte entre esses alunos, professores e a internet. Os professores têm uma tarefa difícil de adaptarem a ela e fazer dela uma fonte rica de informação e comunicação entre eles e os seus alunos. Infelizmente, muitas crianças e jovens acessam a internet apenas para entrar em redes sociais e jogar games. E é isso que deve ser mudado. Os professores têm que estimular  seus alunos a fazerem uso da internet para outros fins, como busca de conhecimento e informação. É claro, que essa tarefa não é só dos mestres e também dos pais. Os nativos digitais têm que aproveitar essa ferramenta de uma forma que a internet traga para eles não somente entretenimento, mas, além de tudo, conhecimento e cultura.


Plínio e suas propostas

O candidato à Presidência Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participou nesta segunda-feira da sabatina feita pelo jornal O GLOBO. Durante a entrevista, Plínio falou sobre as suas propostas para o governo caso seja eleito.

Ao ver a reportagem, achei relevante comentar sobre ela aqui no blog. Principalmente, por se tratar de propostas que fogem das que estão sendo feitas pelos candidatos que estão nas três primeiras posições das pesquisas de intenção de voto.

Plínio de Arruda falou da bandeira carregada pela sua campanha que é acabar com a desigualdade social, através da redistribuição radical da renda e da terra. Seguindo a linha de prioridade do seu eventual (intensifica-se aí o eventual) governo, Plínio coloca em primeiro lugar a reforma agrária, seguida da redução de jornada de trabalho sem redução do salário, reforma urbana, reforma da educação e reforma da saúde pública. Sobre essa última proposta, o candidato do PSOL à Presidência disse que transformaria todo médico em funcionário público, ou seja, não haveria mais hospitais particulares.

É natural que um partido socialista tenha como proposta todas essas citadas. Mas, sabemos que a probabilidade delas serem realizadas é muitíssimo baixa. Primeiro, porque é difícil um candidato socialista ser eleito à Presidente no Brasil. A economia do nosso país é comandada por grandes empresários e esses jamais deixariam o seu lucro, a sua terra e todos os seus bens em pró da nação. Segundo, se um candidato socialista conseguisse ocupar a mais alta posição de poder do país, será que o mesmo conseguiria implantar todas essas propostas? Posso parecer pessimista, mas acredito que não. É claro, que queríamos que a desigualdade social não existisse, mas sabemos que para que isso aconteça não é tão simples. Pode acabar com a desigualdade social, mas com o fim da mesma, vêm outros milhares de problemas. Temos Cuba e Coreia do Norte como modelos de países socialistas e sabemos como a população vive, não é nenhuma “mil e uma maravilhas”.

Muitas pessoas têm criticado o candidato José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) por terem nos seus discursos propostas semelhantes. Mas será que é tão mal isso? Penso, sinceramente, que não. Podem falar: “é por isso que o Brasil é assim”. É por isso que o Brasil é assim mesmo. Não podemos ver somente o lado ruim do nosso país. É claro, que tem muita coisa para melhorar, mas também muitas coisas já melhoraram. Não somos desenvolvidos, não somos os países mais ricos, mas temos também nosso destaque, temos o nosso lado bom. O Brasil já avançou muito na sua relação com o exterior. Hoje, o nosso país é visto com outros olhos. Quem diria que um dia o presidente dos Estados Unidos falaria que o presidente do Brasil é o político mais popular da Terra?

Tanto Dilma, Serra e Marina (PV) mostram propostas que visam reduzir o uso de drogas no país e programas de saúde que ajudem as pessoas que são viciadas. Propõem Programas de Saúde para a população, que só se diferenciam no nome, mas são muito parecidos no objetivo e os três candidatos defendem também a ampliação do Bolsa Família.

Prefiro propostas semelhantes a propostas utópicas.

Confira a reportagem feita com o candidato Plínio pelo jornal O Globo: http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/video/2010/19662/

As principais propostas dos candidatos no site do R7:
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/veja-as-principais-propostas-dos-presidenciaveis-dilma-marina-e-serra-para-cinco-areas-20100707.html