Fui à FLIP e o bem material que trouxe de lá foi o livro Nunca fui primeira-dama da escritora cubana Wendy Guerra.
O livro é uma mistura de ficção com a realidade, a escritora fala através de história sobre a sua vida e a de duas importantes mulheres, sua mãe Albis Torres e Célia Sánchez, essa última secretária pessoal de Fidel Castro.
Nadia Guerra, nome dado a Wendy Guerra na história, não tirava da cabeça a ideia de achar a sua mãe que a deixou quando tinha 10 anos e Nadia passou a viver só com o pai em Cuba. Ela tinha um programa de rádio que falava sobre o país de uma forma ingênua, mas sempre com uma intenção de passar uma mensagem aos poucos ouvintes que tinha durante a madrugada.
Nadia conheceu diversos amigos de sua mãe que lhe informaram sobre Albis Torres. Um desses amigos foi Paolo B., na qual Nadia teve um caso e mais tarde descobriu que ele era o seu pai. Ela foi para a Rússia e lá conseguiu achar sua mãe, que já não aparentava beleza e juventude expostas no seu quadro no Museu de Belas-Artes em Cuba. Torres já estava com uma saúde muito delicada, sofria de Alzheimer e por isso não se lembrava de sua filha pródiga.
Nadia voltou a Cuba e logo depois seu pai faleceu, ela passou então a morar com o Lujo, que teve relação com o pai e a mãe dela. Albis Torres foi morar com Nadia e Lujo em Havana depois de algum tempo, onde viveu os seus últimos dias. Numa manhã, Torres se jogou no mar e acabou morrendo.
Nadia encontra uma caixa preta que sua mãe guardou durante anos. Nela, Albis Torres havia escrito um pouco sobre a história de sua amiga Célia Sánchez.
Célia foi uma mulher corajosa que participou da Revolução Cubana e fazia parte do Exército Rebelde. Dedicou a sua vida aos interesses coletivos e ao abandono absoluto do interesse pessoal. Seu comportamento cotidiano era manter a vigilância constante, movimento constante e ação constante. Esses três princípios básicos da vida guerrilheira eram mencionados por Che Guevara. Ela e Fidel eram muito amigos, ele permitia que Célia fizesse o que não era permitido a mais ninguém. Sánchez se tornou a figura feminina da mais alta hierarquia política do país e foi assim até a sua morte.
O livro é muito interessante por falar de um momento histórico que foi a Revolução Cubana e de vidas que foram censuradas e ainda são. Nunca fui primeira-dama continua inédito em Cuba e, enquanto isso, já foi publicado em oito países.
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